Pessoal, nosso vídeo já está no youtube!Nele explicamos os momentos literários de Trovadorismo até o Barroco :D
http://www.youtube.com/watch?v=QkyU9eITBbk&feature=youtu.be
sexta-feira, 27 de julho de 2012
terça-feira, 24 de julho de 2012
Resumo do livro "O Cortiço"
Pessoal, não sei o que está acontecendo, mas o plano de fundo está ficando diferente do que eu escolhi.Já tentei fazer de tudo e não deu certo.Então deixo aí o resumo para vocês, e desculpe pelo plano de fundo :/
O Cortiço(1890) - Aluísio Azevedo
Autor
Aluísio Azevedo nasceu em Maranhão, no século XIX, quando o estado era um grande produtor de algodão.Dedicou-se a pintura, pois era o que realmente gostava de fazer.
Fazia caricaturas em jornais e revistas satíricas, exercia crônicas opinativas e junto com outros autores mobilizou campanhas em favor da Abolição e da Proclamação da República.
Suas obras denunciavam os vícios da vida pública(nepotismo) e o abuso de poder e a corrupção, reivindicando mudanças na vida política e social.
Por não conseguir se sustentar com a pintura, abandonou-a.Seu primeiro romance foi “Uma Lágrima De Mulher”(1879).Seu livro, ”O Mulato” (1881), gerou um escândalo(possuía uma forte crítica).
Aluísio continuou escrevendo para a imprensa, mas usando pseudônimos.Escreveu várias comédias, operetas e revistas teatrais ao mesmo tempo em que seguiu publicando seus contos e romances.Foi o primeiro escritor brasileiro a tentar viver da profissão.
Seus romances sofreram influência de Emile Zola e Eça de Queiros.Neles ele denunciou a promiscuidade, miséria, fome, exploração e prostituição.
Enfrentou enormes dificuldades de sobrevivência e, desgostoso com tanta instabilidade profissional, entrou para a carreira diplomática.
Características e observações
*Aluísio adotou as técnicas de observação e experimentação proposta por Emile Zola no livro "O Cortiço"
*Há o contraste entre a animalização instintiva do "Cortiço-povo" com a hipocrisia e futilidade do "sobrado-burguesia"
*Focaliza as relações entre o português(explorador do Brasil) obcecado pelo enriquecimento e o brasileiro, apresentado como povo fácil de ser explorado.
*Tema: ambição e exploração do homem pelo próprio homem
* O cortiço se iniciou com 3 casas e terminou 95
*Crítica ao capitalismo selvagem
*Apelido do cortiço : “Carapicu”, peixe que Bertoleza fritava no armazém
*O protagonista é o próprio Cortiço
* A bebida de Rita que “enfeitiçou” Jerônimo foi o CAFÉ
*Denúncia da vida nos cortiços, de uma organização econômica fraudulenta e desigual
*Obra realista-naturalista
*Determinismo cientificista: o meio pré-determina o indivíduo
*Narrador onisciente e observador, capta tudo, está dentro e fora de cada personagem
*No cortiço ocorre a miséria de todos para a fortuna de um só. O habitante torna-se preguiçoso e vencido, anulando-se os sonhos de ambição(como ocorre com Jerônimo)
*Zoomorfismo ou animalização: o homem agindo como um animal
*Darwinismo social (metamorfoses que passam as personagens atendendo à diversas leis)
*Técnica impressionista: mostra a impressão do narrador
*Técnica expressionista: é a distorção grotesca da realidade(tende ao doentio e mórbido)
*Sexualidade ostensiva
*Cromatismo
*Sinestesia: aflora dois sentidos ou mais.Exemplo: Estou sentindo o cheiro morno e doce do café.
*Aliterações(repetição de consoantes)
*Assonância(repetição de vogais)
*Uso de onomatopéias, metáforas e anacolutos
*Uso da linguagem culta para o narrador e da popular para as falas dos personagens
Tempo e espaço
Ocorre junto com a vinda de italianos para o Brasil. O cortiço situa-se num bairro, perto de um morro onde há uma pedreira.
As mulheres trabalhavam juntas lavando roupas, os homens na pedreira ou nas pequenas fabricas dos
arredores.As festas sempre são as mesmas e as desgraças também.
Personagens: caracterizam estereótipos sociais.
João Romão: imigrante português, inescrupuloso, avaro, ambicioso, esperto,astuto, batalhador, era respeitado.O homem que deu inicio ao cortiço.Explorava os trabalhadores de modo brutal, aproveitava-se da ignorância de Bertoleza e construiu, com material roubado da vizinhança, o cortiço. A falta de escrúpulos e a gana pelo dinheiro tornou-se senhor dos “escravos” (trabalhadores do cortiço), patrão comerciante, especulador imobiliário, agiota, capitalista e “genro” de Miranda(através do casamento com sua filha tinha acesso ao capital dele). Sua trajetória de ascensão social se dá simultaneamente a uma degradação moral e ética.João Romão representava o modelo capitalista.
Bertoleza(viúva): “amigada” de João, era crioula e batalhadora.Era uma escrava fugitiva, apesar de não saber(pensava que era livre ). Era maltratada pelo companheiro. A prosperidade de João dá-se á custa de seu esmagamento.
Miranda: comerciante(possuía uma loja de tecidos), português que no livro representa a alta burguesia aristocratizada. A posse de sobrado(vendido por Jão Romão) representava seu sucesso alcançado.Era “ mau caráter” e cínico.Flagrou sua esposa com outro e não tomou nenhuma atitude, pois se eles se separassem Miranda perderia o dote dela.Procurava-a as vezes apenas para transar, sem afeto.
Estela: esposa Miranda, sua relação com ele é fruto de interesses.Simboliza as mulheres burgueses que não possuíam liberdade e eram entediadas.Logo, em fuga do tédio, levava uma vida fútil e mundana.
Henrique: morava com a família de Miranda, muito querido por Estela.Era estudioso, afeminado e mimado.Filho de um fazendeiro que fazia grandes compras na loja de Miranda, veio do interior para ingressar no curso de medicina. Era rico e suas “delicadezas de menina “ o tornou alvo de investimentos sexuais de D. Estela e do velho Botelho.Durante o livro seduz a fútil Leocádia.
Valentim: empregado da loja de Miranda.
Isaura: criada da família de Miranda, virgem, tola.
Leonar: negra, virgem, ligeira (‘lisa”).Criada da família de Miranda.
Botelho: velho que vivia no sobrado de Miranda, antipático, cabelos brancos, invejoso e rancoroso, avarento.Era um parasita, tentava obter vantagens materiais.Tinha a confiança de Miranda, e mais tarde, a de Jão Romão, não hesitando em chantageá-lo para promover o contato com Zulmirinha.
Leandra: representava a portuguesa feroz, berradora, sempre disposta á briga.Era conhecida como “Machona”.
Ana das Dores: filha de Leandra, separada do marido, morava em uma casa separada da mãe.
Neném: filha de Leandra, adolescente, virgem “com orgulho”.
Agostinho: filho de Leandra, levado, gritava muito.
Augusta Carne-mole: lavadeira, brasileira, branca, esposa de Alexandre.
Alexandre: mulato, 40 anos, soldado da policia, honesto, “levava a sério” seu trabalho.
Juju: filha de Alexandre e Augusta, morava com Leónie, sua madrinha.
Leónie: prostituta de elite.O autor descreve com detalhes a vida dessas mulheres que construíam fortunas á custa de satisfazer a luxúria de políticos, comerciantes e estudantes.
Bruno/Leocádia: representam o estereótipo dos moradores do Cortiço (ele, ferreiro/ela, lavadeira).
Paula, a Bruxa: cabocla velha, mística, feia, grossa.Sabia preparar feitiços e remédios e chás a base de plantas.É descrita em vários momentos como um animal.
Marciana: lavadeira, mulata antiga, ”descontava” sua raiva limpando a casa.Mãe de Florinda.
Domingos: era caixeiro na venda João Romão.Engravidou Florinda.
Florinda: lavadeira, adolescente inicialmente virgem, morena, lábios sensuais, dentes bonitos.Desejada por João Romão, engravida de Domingos.
Dona Isabel: lavadeira, portuguesa, senhora devota, viúva.Depois da morte do marido empobreceu e veio morar no Cortiço.Era infeliz.
Pombinha: “flor do cortiço”, filha de D. Isabel , loura, pálida, doente.Era querida por todos, sendo enfermeira e redatora/leitora de cartas.Sua mãe a poupa dos serviços domésticos, o que contrasta complemente com a realidade do cortiço.
João da Costa: noivo de Pombinha, tinha futuro na vida.Esperava o casamento pois sua noiva ainda não havia menstruado.
Albino: lavadeiro, afeminado, fraco e pobre. Vivia sempre entre as lavadeiras, que o tratavam como mulher.Adorava os bailes de carnavais.
Manuel: trabalhava na venda de João Romão.
Rita Baiana/Firmo: representam o casal brasileiro.Rita era uma lavadeira sensual, metaforizada como uma perigosa serpente, lasciva, transforma Jerônimo num homem degenerado.Usava sua sexualidade para subir na vida. Firmo, rejeitado por Rita, é representado como capoeirista valente, brigador e trapaceiro (malandro).O casal e Jerônimo(em relação as músicas que gostavam e tocavam) revelam a pesquisa feita por Aluísio sobre as músicas brasileiras da época.
Jerônimo: português, inicialmente honesto, trabalhador e no início tinha o objetivo de formar um pequeno crescer na vida do comércio.Esses valores dissipam-se e ele se “abrasileira”, sendo um dos principais fatores Rita Baiana.
Piedade: portuguesa, trabalhadora, esposa de Jerônimo.Após ter sido abandonada pelo marido se entrega para o alcoolismo, antes brigando com Rita.
Senhorinha: Marianita(nome original), filha de Jerônimo e Piedade, inicialmente estudava em um internato.
Libório: velho, avaro, mendigava nas ruas (mas não era pobre).João Romão descobriu suas garrafas cheias de dinheiro e a rouba, durante o incêndio, utilizando o dinheiro para construir os sobradinhos da gloriosa Avenida São Romão.
Pataca: amigo de Jerônimo o qual ajudou-o a se vingar de Firmo.
Zé Carlos: amigo de Jerônimo que o ajudou a se vingar de Firmo.
Síntese
João Romão era empregado de um vendeiro português.Tal vendeiro enriqueceu e voltou para Portugal, deixando a venda para João com forma de pagamento de salários atrasados.João Romão possuía uma enorme ganância. Ele se “amigou” com Bertoleza e forjou sua carta de alforria, para ela acreditar que estava livre e ir morar com ele, se apoderando também de suas economias.O casal trabalhava arduamente.
Assim o português foi acumulando capital e construindo aos poucos a Estalagem São Romão, não hesitando em roubar materiais de obras próximas.
Logo as casas foram ocupadas pelas lavadeiras, proporcionando um rendimento que juntado com as vendas do seu armazém permitiu adquirir e explorar uma pedreira situada no fundo do cortiço.Assim, João Romão enriqueceu.
Ainda no início da estalagem chegou ao sobrado a família de Miranda, rica, em profundo contraste com as futuras famílias do cortiço.A família se mudou porque Estela mantinha relacionamentos com os funcionários da loja de tecidos de Miranda, em uma tentativa de evitar escândalos.Miranda se irritava com a situação, mas não se separava da esposa devido ao seu dote, que foi o motivo de seu enriquecimento.
João queria comprar parte de seu terreno (para ampliar sua casa) mas Miranda não aceitava vendê-la e se irritava por ter um cortiço como vizinho.Na verdade, o que sentia era inveja por não ter tido ele a ideia do negócio.
Florinda engravidou de Domingos, sendo ela uma bela morena.Sua mãe, Marciana, ficou furiosa, castigando a filha e indo tirar satisfação com João Romão, o qual aproveitou da situação para despedir Domingos, que não assumiu o filho.Florinda cansou de ser castigada pela mãe e fugiu, indo morar com um velho chamado Bento(e abortou o feto).Marciana, desgostosa com a situação, foi para um hospício.
Pombinha era a “flor” do cortiço, adorada por todos.Esperava menstruar para se casar com João Da Costa.
Leocádia traiu Bruno com Henrique em troca de um mero coelho e foi expulsa pelo marido. Leocádia desdenha da situação, achando que sobreviveria como ama-de-leite(não aceitando a proposta do marido para voltar a morar com ele).Um tempo depois, arruinada, acaba voltando a morar com o marido, que a perdoou(ressaltando que a iniciativa de reconciliação partiu de Bruno, que escreveu uma carta, através de Pombinha).
O cortiço havia se tornado um lugar disputadíssimo para se morar, uma vez que ficava perto da pedreira.Jerônimo e a família chegaram ao cortiço e ele foi trabalhar na pedreira.Jerônimo era um ótimo pedreiro e João concordou em lhe pagar um alto salário, acreditando que boa parte dele retornaria ao seu bolso, pois seu lucro aumentaria.Jerônimo queria enriquecer e voltar com a família para Portugal, sentia falta de sua pátria.
Rita Baiana era uma brasileira sensual que vivia se metendo com homens.Alegre, costumava dar festas em sua casa.Em uma dessas Jerônimo se encantou pela baiana, despertando o ciúmes em Firmo, seu namorado.
Quando Jerônimo veio para o cortiço começou a se abrasileirar, deixou de tocar guitarra e as canções portuguesas e passou a se divertir com o chorado brasileiro, nas festas de Rita Baiana.Não sentia mais saudades de seu país.
Firmo brigou com Jerônimo, ferindo-o com golpes de navalha, devido ao ciúmes que tinha de Rita Baiana.Jerônimo é levado ao hospital e Firmo foge para a “Cabeça-de-gato”, um cortiço próximo, se tornando líder de lá.João Romão não gostou da briga, uma vez que não queria saber de polícia dentro do cortiço.
Jerônimo voltou do hospital e Rita Baiana sempre ia visitá-lo cheia de “dedicação”.Piedade percebe o interesse do marido pela baiana e se vê rejeitada por ele, que declara não suportar seu “cheiro azedo”.
Jerônimo se recupera e junto com Pataca e Zé Carlos atrai Firmo para uma praia deserta e o assassina.Piedade e Rita Baiana trocam xingamentos em uma disputa por Jerônimo.Por fim, Jerônimo adere complemente ao modo de vida brasileiro, num processo crescente e degradação física e moral.
Miranda iria ganhar o título de Barão de Freixal, o que despertou ciúmes em João Romão, o qual foi convidado para a festa em que ele iria receber tal título.Para não “ficar para trás” planejou se tornar visconde, assistindo aos jornais, indo aos teatros, comprando roupas elegantes, abandonando seu modo de vida antigo.O ganancioso português também se aproxima de Botelho, que, em troca de dinheiro, auxilia sua aproximação com Zulmirinha.João precisava casar-se com ela para completar sua ascensão social.
Com a morte de Firmo, os moradores do “Cabeça de Gato” revoltaram-se e decidiram atacar os “Carapicus”.Arma-se um pandemônio e a policia resolve intervir.O portão foi aberto pela polícia e todos os moradores esqueceram da briga e se juntaram para impedir a entrada da dela, montando barreiras e jogando objetos nela, em resistência.
Aproveitando-se da confusão, Paula em sua segunda tentativa, finalmente conseguiu por fogo no cortiço.No meio do incêndio João reparou que Libório voltou a sua casa.Achando estranho, seguiu-o e o encontrou-o caído no chão(certamente mal pela fumaça) com garrafas cheias de dinheiro ao seu lado.Sem hesitar, roubou-as, sem ajudá-lo.
Com o incêndio os inimigos esqueceram a briga e se solidarizaram, tentando apagar o fogo, que depois de um tempo cedeu.Foram destruídas 30 e tantas casinhas e morreram,dentro outros, Paula, Juju e Libório.A batalha entre os dois cortiços, interrompida pelo incêndio é considerada uma das mais fortes cenas de movimentação coletiva da Literatura Brasileira.
Foi um dia antes do incêndio que Jerônimo abandonou Piedade para se alojar com Rita.Piedade, muito abalada, entra em depressão e começa a beber.Senhorinha passou a viver com a mãe já que Jerônimo não pagava mais as mensalidades de seu colégio interno.Elas foram visitá-lo, em uma tentativa de ao menos ele pagar o colégio, sem sucesso, pois ela as expulsou.
Jerônimo sentia por ter chateado e abandonado sua família, mas a sua vontade de ficar com Rita era maior.Em uma noite Senhorinha, desconsolada, vê a mãe muito bêbada se entregar a Pataca.
Pombinha tinha uma boa educação, conquanto se corrompeu entrando em contato com Leónie e mantendo relações lesbianas com ela.Um tempo depois dessas relações, menstrua e casa-se.A moça traía seu marido, achava-o medíocre.O casal se separa e João da Costa logo morre(de pneumonite).
Pombinha vai viver com Leónie e torna-se prostituta.Ela se torna mais um exemplo da lei social-animal, onde o meio pré-determina o indivíduo.Dona Isabel, um tempo depois, vai morar com as duas.Porém, não se conformava com as atitudes da filha.Logo, morreu de desgosto.
Uma certa fortuna foi acumulada por Pombinha(através da prostituição), que a utilizou para a educação de Senhorinha, a qual foi morar com elas (pai a abandonou, mãe alcoólatra e depressiva).Pombinha estava fazendo o mesmo que Leónie fez com ela, ”a cadeia continuava e continuaria interminavelmente: o cortiço estava preparando uma nova prostituta naquela pobre menina desamparada.”Apesar de tudo Pombinha ainda era adorada no cortiço.
Tempos depois o cortiço passou por sérias transformações.João Romão, com o dinheiro de suas economias, do roubo de Libório e das indenizações do incêndio decidiu construir a “Avenida São Romão”, feita com sobrados equipados com sanitários, destinando a um novo público(funcionários púbicos e pequenos comerciantes).
O “velho cortiço” estava decaindo, não havia mais as festas de Rita Baiana.João finalmente se decidiu com Miranda sobre seu casamento com Zulmira.Só faltava se livrar de Bertoleza antes que a notícia do casamento se espalhasse.Ele, tomado por sua ganância sem escrúpulos, pensou até em matá-la, só não o fez por não saber como assasiná-la sem deixar vestígios.Bertoleza percebeu o que acontecia: ”Quer casar, espere então que eu feche primeiro os olhos.Não seja ingrato”.
Agostinho morreu, caiu da pedreira quando estava brincando.Leandra Machona ficou arrasada. Florinda voltou ao cortiço e sua mãe, Marciana, morreu no hospício.Piedade vivia sendo abusada, causava nojo e não tinha onde morar.
São Romão se distanciava cada vez mais de seu passado(cortiço), não sendo mais permitido as rodas de samba.O “Cabeça-de-gato”, no entanto, se tornava um verdadeiro cortiço, sempre havendo uma festa e um “rolo”(briga).
João Romão construiu um sobrado maior do que o de Miranda.Ele e Botelho fizeram um plano para se livrar de Bertoleza: denunciam ela à polícia como uma escrava foragida.Quando Bertoleza avista chegando na cozinha os policias com seu dono ela percebe que sua carta de alforria foi falsificada e que seria presa.Em um ato de desespero se suicida, rasgando seu ventre com a mesma faca que usava para limpar peixes.
Ironicamente, enquanto nos fundos da casa ocorre a tragédia, João Romão recebe na sala uma comissão de abolicionistas que lhe entregam, cerimoniosamente, o diploma de sócio benemérito por sua participação na campanha em favor da libertação dos escravos(ele havia “libertado” e “ajudado” Bertoleza falsificando sua carta de alforria).
Texto de Graziella Toffolo Luiz
Fonte:
-O Cortiço(1890), Aluísio Azevedo
-Anglo Vestibulares - Português/Literatura, Fuvest/Unicamp 2012
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Resumo de "Til"
Esse é o livro mais legal da lista Fuvest/Unicamp 2014, repleto de suspense, aconselho ler! :)
TIL (1872), JOSÉ DE ALENCAR
AUTOR E OBRA
Escrita por José de
Alencar (1829-1877), pertence à fase regionalista do autor e ao romantismo.O
autor procura mostrar a vida do caipira do interior de São Paulo de século XIX,
vocabulário, costumes da região e as diferenças sociais da época (escravos, capangas,
pobres e ricos donos de terras).
CARACTERÍSTICAS E OBSERVAÇÕES
*Caráter crítico e social
*Supervalorização do interior do país e da vida bucólica
*Os personagens são planos (mantêm suas
características),excetuando Jão,que sofre mudanças de comportamento,sendo a maior
delas no final do romance
*Aborda a inocência,o amor,a fragilidade,a idealização da
natureza e a subjetividade
*Suspense,principalmente aos finais do capítulos
*Psicologia popular da época: “Todo paulista é teimoso”
*O romance é se passa em Campinas,interior de SP,mais
especificamente nos arredores de Santa Bárbara
*Mostra-se o ambiente dos escravos e senzalas e seus
conflitos (disputa entre Rosa e Florência)
*O romance segue o clima do Folhetim em que os capítulos são
escritos e terminam num momento de clímax
*Berta sacrifica-se para todos vivam sem paz e felizes.“Como
as flores que nascem nos despenhadeiros e algares,onde não penetram os
esplendores da natureza,a alma de Berta fora criada para perfumar os abismos da
miséria ,que se cavam nas almas,subvertidas pela desgraça”
*No livro ,Berta é sempre comparada a Flor.No capítulo
inicial surge uma imagem de flor bela,mas imatura:
“Eram dois,ele e ela,ambos na flor da beleza e
mocidade”.
Já no fim do livro ( no poente do sol) a
imagem da flor se repete mostrando a “Flor Interior” cheia de caridade e
abnegação (sacrifício voluntário).
“Era a flor da caridade,alma sóror(tratamento
dado as freiras).”
O autor cria assim
uma idéia nítida de desabrochar.
PERSONAGENS
Berta: alegre,moleca,corajosa,curiosa e acima de tudo,era
uma pessoas boa. Era graciosa (com movimentos espontâneos e encantadores) e
atraia para si o amor e carinho de todos.Era caridosa e durante o livro se das
criaturas mais repulsivas e desprezadas da região.É a personagem central do
livro.Adotada por Nhá Tudinha (mãe de Miguel), morava junto com eles.Por Brás
era chamada de Til
Miguel: filho de Nhá
Tudinha,era um adolescente ágil que adorava caçar.Era pobre e aceitava isso
como um fator natural.Se mostra desde o princípio apaixonado por Berta e
possuía ciúmes dela com Afonso
João Fera (ou Bugre): alto,forte,capanga (matava por
dinheiro).Era um Bugre,um índio,que quando pequeno foi criado pelo pai de
Galvão. A vida o tornou um homem rancoroso e vingativo(foi cheia de sofrimento
e desilusões).Era apaixonado por Besita, porém apesar de seu desejo a tinha
como “santa” e queria apenas sua felicidade (pois sabia que Besita não o amaria
como ele a amava)
Luís Galvão : dono da fazenda de Palmas,era um grande
empreendedor.Na juventude foi homem de muitas aventuras amorosas e enrascadas
(numa dessas desonrou Besita)
D. Ermelinda: esposa de Luis Galvão, era elegante e educada,
mas não muita bela
Linda: filha de Luis Galvão e D. Ermelinda, educada aos
moldes da corte.Era apaixonada por Miguel e muito amiga de Berta
Alfonso: irmão de Linda,era parecido com Luís e gostava de
Berta (sem saber que essa era sua irmã de sangue)
Brás: morava com a família Galvão e na casa grande sua
presença era desprezada.Sofria de ataques epiléticos e era retardado mental.Era
muito arteiro e a única pessoa que gostava era Til(Berta), que nunca o
destratava
Rosa: negra que trabalhava na casa grande.Gostava do Amâncio,e
o disputava com Florência
Zana: escrava de Besita,ficou louca depois de seu brutal
assassinato (o presenciou)
Barroso (ou Ribeiro): marido de Besita,a assassinou (por ela
tê-lo traído).Possuía uma índole ruim e era vingativo.Seu nome verdadeiro era
Ribeiro,mas quando voltou para Santa Bárbara para completar sua vingança (matar
Berta e Luís), assumiu o nome de Barroso.
Nhá Tudinha: mãe de Miguel e mãe adotiva de Berta.Era
trabalhadora e amava Berta
Chico Tinguá: dono de uma venda, era amigo de João Fera e o
ajudava
Gonçalo: era o 2° capanga da região.Possuía imensa raiva e inveja
de Jão Fera e queria sua morte.Também conhecido por “Pinta”, mas não gostava
desse apelido
Felipino: “líder” de um grupo de caipiras, queria matar Jão
Fera em troca de dinheiro
Faustino: pajem de Luís, estava envolvido junto com Barroso
e outros para assassinar Luís Galvão
Besita: mãe de Berta, foi assassinada por Ribeiro.Era a moça
mais bonita da região.Gostava de Luís, mas não se casou por ele tê-la recusado,
já que ela era pobre.Então casou-se com Ribeiro, que futuramente a assassinou.
SÍNTESE
PRIMEIRO VOLUME
Berta e Miguel
caminhavam por uma mata quando avistaram Jão Fera.Miguel aponta uma arma a ele,
mas Berta intervém e Jão vai embora.Continuaram seu caminho a fazenda de
Palmas, apesar da resistência de Miguel, que não queria ir porque não queria
ver Afonso “com gracinhas” para Berta.
Na fazenda Jão
observa a conversa de Barroso com um escravo um capanga, que combinavam o
assassinato de Luís Galvão.
Após isso, Jão
observa Berta brincar e isso acende uma “chama” dentro dele.A menina trazia
fortes lembranças de alguém muito importante para Jão.Ele vai para seu
esconderijo, chamado “Ave-Maria”, o qual era um lugar fazenda de Palmas que
apresentava um grande desfiladeiro, um lugar assustador.
De lá o capanga
avista Barroso chegando.Ele desce na estrada e pergunta o motivo dele querer
matar Luís Galvão.Barroso responde que foi devido a uma discussão.Jão deixa
claro que só mataria Luís porque já havia gastado o dinheiro que Barroso lhe
deu(eles haviam fieot um trato), pois se soubesse antes que o “alvo” era Luís
Galvão, não aceitaria o “trabalho”.
Luís ia viajar para Campinas e sua mulher estava preocupada com isso, principalmente
pelo surgimento de Jão nos arredores da fazenda.Luís partiu, mas logo voltou
pois esqueceu um papel que escondia seu segredo(no final do livro é revelado
que o tal papel é um testamento).Assim que o achou seguiu viagem.
Afonso e Linda foram
brincar com Miguel e Berta.Linda comentou da preocupação da sua mãe com seu pai
e Berta se atordoou. Silenciosamente adentrou a mata a procura de Jão Fera.
Logo achou Jão, que
estava pronto para atacar Luís que no momento passava. Berta o segurou,
impedindo o pior. Daí se trava uma longa discussão. A menina, com raiva, passou
a acreditar nas terríveis historias que contavam dele.O capanga, se sentindo
mal , explicou que tinha que matá-lo pois já havia gastado o dinheiro que recebeu
para tal. Berta, então, deu-lhe seu relicário(cordão de ouro) para que o
assassino paga-se sua “divida” e não precisasse matar Luís, fazendo-o prometer
que não iria machucar Luís.
Berta achou uma
galinha sem pernas(foi roída por ratos) e um burro machucado e cuidou deles com
muito amor.Foi visitar Zana, que vivia em uma casa abandonada.Observando a
louca, a menina percebeu que todos os dias ele repetia as mesmas coisas ,que
algo muito ruim aconteceu naquelas ruínas.”Assim como dizem que a pupila
conserva a imagem da ultima visão, não sucederá o mesmo com o espírito, e não
ficara nele gravado, como em estereótipo, o quadro que iluminaram os últimos
clarões da razão extinta?”(tal trecho se refere a Zana e seus movimentos
diários e repetitivos).
Na venda de seu
Chico entrou Gonçalo e um grupo de caipiras que queriam assassinar Jão Bugre
por ele matado um fazendeiro. Aguiar,o filho do fazendeiro,oferecia uma
recompensa pra quem o matasse. Gonçalo
saiu da venda com Filipino, disse que contava onde era o esconderijo de Jão em
troca de dinheiro.Filipino aceita o trato.
Chega a venda
Barroso, reclamando que Jão não atava nem desatava um negocio (“a morte de Luís
Galvão”). “ Pinta”, que possuía inveja do assassino, falou que Jão não cumpria
com a sua palavra e afirmou que ele mesmo poderia fazer “serviço” para Barroso.
Berta continuou a
visitar Jana, e em uma dessas Barroso estava nas ruínas.Ele apenas observou Zana
com raiva, a qual ficou completamente atordoada.Berta assistiu ao episódio, ficando
um pouco assustada.
Logo após surge Brás
e tenta estrangular Zana .Berta interfere e Brás desiste, passando mal. Apesar
da raiva, Berta ajuda-o , levando-o para sua própria casa.
Após almoçarem, os
dois saem .Ainda nos arredores da fazenda ,Berta faz Brás rezar. O livro
retrata a calma de Brás quando está perto da menina.Depois, com muita bondade e
paciência, a menina o ensina o abecedário.
Quando Brás chegou no
casarão, Luís o colocou em uma escola.Ele possuía dificuldades em aprender e
seu professor o castigava.A única coisa que Brás identificava em textos era o
acendo til (~).
Em umas tarde Berta
encontrou Brás na mata, que havia fugido da escola.Então ela começou a entender
que quando Brás a chamava de Til.Brás era um espírito obscuro, agia como um
animal .Contudo, com um toque de Berta , seu espírito acalmava.
Jão sai de seu esconderijo
e vê Luís na estrada.Tem a chance de matá-lo, mas não o faz devido a promessa
que fez a Berta.Na venda de Chico Jão encontra Barroso, que o cobra pelo
“serviço”.Eles brigam e o capanga deixa claro que só não o mata porque estava
devendo para ele.
Dias se passa e Jão
não sabia mais como arranjar o dinheiro .Voltando a venda, Chico o avisa que
Aguiar queria sua morte.Jão manda Chico ir a fazenda de Aguiar e fazer um trato
: Aguiar o dava 50 mil réis e Jão dava sua palavra que um dia iria em sua
fazenda se entregar. Chico vai e Aguiar aceita.
Jão vai a casa de
Nhá Tudinha e escondido e Berta vem falar com ele, o qual conta que cumprirá
sua promessa (de não matar Luís Galvão), já que ele havia conseguindo o
dinheiro. Berta fica contente e atende o seu pedido ,o deixando
beijar seu cordão(onde havia uma santinha).Jão sai trêmulo.
Era véspera de São
João e a fazenda de Palmas estava sendo enfeitada.Linda, chateada, comenta com
Berta que Miguel não gostava dela e sim de Berta, a qual sabia que era
verdade.Nesse momento ouviu um barulho.
Esse barulho era um
apito(barulho de um pássaro) combinado entre Barroso, Monjolo e Faustino para
se encontrarem.Eles confirmam o plano de matar Luís Galvão: a noite eles iriam
colocar fogo no canavial e quando Luís fosse ver o que estava acontecendo eles
o matariam.Brás ouviu a conversa.
Na mata Brás pega
uma cascavel e depois a joga na cama de Linda, pois sentia raiva da família e
queria se vingar.
No terreiro, Pai quicé
comenta com Berta que João Bugre seria preso, iriam pegá-lo em seu
esconderijo.Berta pede que a leve até lá e Pai quicé aceita ajudá-la.Berta
entra na casa grande e vai pegar o seu chapéu, que estava em cima da cama de
Linda.
SEGUNDO VOLUME
Era 1826(20 anos
atrás), Jão e Luís eram camaradas e tinham 20 anos.Luís sempre entrava em
brigas e Jão sempre o protegia, chegando a salvar sua vida várias vezes.
Jão, quando muito
pequeno, apareceu na fazenda de Palmas e foi adotado por Afonso Galvão, pai de
Luís.Alguns diziam que ele era de uma tribo indígena, daí o nome João Bugre.
Besita era a moça
mais bonita de Santa Bárbara, desejada por muitos.Jão era apaixonado por
Besita, uma paixão que afrontava o impossível.Luís, depois de um tempo, também
passou a gostar da moça, o que abalou Jão, o qual começou a se embebedar e
arranjar brigas.
Um tempo depois Jão
se recompôs e aceitou a paixão do amigo.Luís e Besita já saiam a algum
tempo.Luís não pretendia casar com a moça, pois ela era de origem humilde,
contudo Besita realmente gostava dele.
Chega em Santa
Bárbara Ribeiro, que se interessa em casar com Besita.Luís e Galvão ficam
sabendo do pedido.Jão tenta fazer com que Luís peça Besita em casamento(ele
sabia que ela amava Luís e queria vê-la feliz, já que também era apaixonado por
ela), porém Luís não pediu.
Besita, com a
“ajuda”(pressão) de seu pai, casa-se com Ribeiro, que saindo da igreja, sai em
uma viagem em busca de sua herança(seu tio havia morrido).Jão, muito bravo com
a atitude de Luís, sai de sua casa e vai morar com Besita.
Em uma noite, dois
meses depois do casamento, alguém bate a porta de Besita dizendo ser Ribeiro.Zana
o deixa entrar e ele vai para o quarto de Besita,onde eles transam.Besita, após
o ato, percebe que o homem era Luís Galvão e se desespera.As únicas pessoas que
sabiam da história era Zana e Jão, que se enraiveceu e só não matou Luís porque
Besita o impediu.
Pouco tempo depois o
pai de Besita morreu.Desde então ela não saía mais de casa.Logo nasceu Berta (Jão
que escolheu o nome) e as únicas pessoas o saberem da existência da menina era
Zana e Jão.O capanga descobre que Luís casou(com D. Ermelinda ), se enfurece e
somente não o mata porque Besita o impediu
novamente.
Passaram-se anos e Besita não era totalmente
feliz, afinal sua vida não saiu como o planejado.Em uma manhã ela avista o
rosto de Ribeiro não mata e avisa Zana, que retira a menina do colo de Besita e
a pinta de carvão (para fingir ser sua filha).
De tarde Ribeiro
silenciosamente invade a casa e pergunta a Besita o que havia acontecido (de
manhã ele viu Berta em seu colo).Besita fala a verdade, contudo, Ribeiro não
acredita e deduz que desde sempre ela o
traía.Enfurecido Ribeiro estrangula Besita com as tranças dela, a qual grita.Zana
chega ao quarto, pega Berta e vai para fora.Logo chega Jão Fera e se depara com
Besita no chão, quase morta, o que o enche de ódio.Quando foi tentar alcançar
Ribeiro, o qual fugia pela janela, Besita o chamou e o avisou que Berta estava
em perigo (realmente,já que Ribeiro pretendia matá-la também,mas desistiu
quando viu Jão).
Jão vai a procura da
menina, a acha nos braços de Zana e leva-a para Besita, que em seu último gesto
beija-a , abraça-os e morre. Jão “entra em vertigem” e Berta começa a chorar de
fome. Nesse momento passa Nhá Tudinha que ouve o choro e entra na casa.Jão
conta o que aconteceu e Nhá Tudinha adota Berta.Ribeiro foge para Portugal.
Após isso Jão passou
a se embriagar, “arrumar” brigas e procurar por Ribeiro.As pessoas temiam-no.Por
sua violência se tornou uma capanga(era protegido pelos ricos, os quais o
contratavam).Sua “alma era calcinada pelo fogo surdo que lavrava desde a morte
de Besita”.
Uma crítica aos
ricos e seus capangas: “Eles foram educados pelos poderosos como os
dogues(dogs=cães) que se adestravam antigamente para a caça humana, dando-lhes
a comer, desde pequenos, carne de índio.”O comportamento criminoso do capanga é
explicado pela exploração da pobreza e falta de respeito humano por parte dos
ricos e poderosos.
Jão visitava Berta,
levando dinheiro e presentes.A menina não dava atenção a aquele homem triste e
carrancudo.Quando ela fez 12 anos começou a aparecer em seu corpo traços de
mulher e Jão se “apaixonou”.Não era mais Berta que ele via e sentia, mas o
vulto de Besita.
Fazia um ano que Jão
não matava mais ninguém e logo seus seguranças(pagos pelo ricos) não estavam
mais com ele.Assim sendo, era alvo de vingança e possuía agora a terrível fama
de “Jão Fera”.
Quinze anos depois
Ribeiro voltou a Santa Bárbara e seu falso nome era Barroso.Queria vingança e
por isso mandou matar Luís Galvão.Contudo, nem Ribeiro nem Jão se reconheceram,
mas um possuía aversão ao outro.Jão ainda não havia matado Luís e por isso
Barroso fez o plano de incêndio no canavial.
Voltando ao presente,
Jão encontra Barroso e paga sua “dívida” em dinheiro.Berta entra no quarto e se
tranca, deixando Afonso e Linda do lado de fora (estavam brincando).Berta grita
e Afonso, olhando pelo buraco da porta, viu que havia uma cascavel.
Berta,
assustadíssima, cai de joelhos e a cascavel sobe em seu braço.A menina fica em
uma espécie de transe que é interrompido por Brás, o qual entra pela janela e
tira a cascavel de Berta, que se levanta e abre a porta.
Linda e Afonso,
preocupados, queriam saber o que havia acontecido.Berta aponta Brás, que corria
com a cascavel na mão e some, e vai se encontrar com Pai Quicé.
Na mata, a caminho
do esconderijo de Jão, aparece um bando de queixadas( eram muitas).A morte de
Pai Quicé e Berta era certa, conquanto, Jão aparece e salva-os.Pai Quicé ficou
em cima de uma árvore, enquanto Jão e a menina foram parar em frente de
Ave-Maria.
Chegando lá, ouviram
barulhos que vinham da mata.Apressado, Jão pega Berta e a leva para dentro da
caverna, em seu esconderijo.Se Jão mexesse em uma determinada pedra a caverna
desabaria e todos que estivessem dentro dela morreriam esmagados.
Logo apareceu na
entrada Gonçalo e alguns homens, que pretendiam matá-lo, no entanto, ninguém se
atrevia a adentrar na escuridão da caverna.Em outra saída havia Filipino e seus
homens.Jão (e Berta) estavam encurralados.
Gonçalo gritava
ameaças e era respondido com silêncio.Enquanto isso, Jão delirava por Berta, se
aproximando da tal pedra, prestes a empurrá-la.Ele queria morrer junto com ela,
a morte uniria eles.
Berta, entretida,
espiava por uma fresta os movimentos de Gonçalo(nem imaginando o que passava na
cabeça de Jão). A menina percebeu que eles iam atirar, correu para Jão e disse
que tinha medo de morrer, pedindo que a salvasse.O gosto da menina por viver
fez Jão desistir de empurrar a pedra.
Iniciou-se uma
rajada de tiros, Jão agarrou Berta e saiu da caverna por um caminho que só ele
conhecia, levando-a as plantações da fazenda de Palmas.Fez um pedido: “nunca
mais ande pela mata sozinha”.
Berta caminhava
contente, já esquecida dos terríveis acontecimentos, quando Afonso apareceu e
pediu um beijo.Ela o beijou no rosto a o abraçou.Miguel chegou e ficou
chateado, contudo, Berta queria que ele gostasse de Linda.
Afonso foi embora e
Berta e Miguel foram caminhando juntos para o casarão da fazenda de
Palmas.Berta começou a falar das qualidades de Linda, em uma tentativa que o
menino se apaixonasse por ela.
Chegando perto do
casarão, Berta percebeu que Linda e Afonso estavam atrás de um arbusto.Então
ela perguntou a Miguel se ele gostava de Linda, e ele, “fascinado” pela
descrição que Berta fazia dela, respondeu que gostava muito.Linda saiu de trás
do arbusto e os dois foram de mão dadas até chegar ao casarão.
Era noite de São João.Miguel e Linda trocavam
olhares, gestos e palavras em um canto.Miguel agora gostava de Linda(antes ele
achava impossível, devido a diferença de classes).A semente de seu amor
germinará graças a insistência de Berta.Naquela época, mesmo sem terem se
beijado, já passava pela cabeça dos dois se casarem.
Berta observava tudo
de longe.Ela vinha a meses tentando fazer Miguel gostar de Linda, e finalmente
conseguiu.Pela primeira vez o livro revela que Berta amava Miguel, e agora que
ele e Linda estavam bem, se sentia triste e só.
Luís conversava com
seus amigos dentro do casarão e surgiu o assunto de Besita.Luís mudoi de
assunto o mais rápido possível, mas D. Ermelinda ouviu e se chateou, indo para
a janela.
Quando Berta
percebeu D. Ermelinda olhando correu para os dois, tentando disfarçar.Contudo,
D. Ermelinda percebeu a aproximação de sua filha com o plebeu.
Brás, percebendo a
tristeza e solidão de Til: subiu, com muito esforço, em um mastro e apanhou
flores que estavam em seu topo(era uma brincadeira típica da festa de São João),
levando a ela.Til adorou essa
demonstração pura de amor e lágrimas caíram de seu rosto.
Acontecia nas
senzalas uma outra festa.Florência esperava Amâncio(mulato que trabalhava no
casarão) chegar.Quando ele surgiu, os dois começaram a dançar.No entanto
Rosa,rival de Florência, que também gostava de Amâncio, começou a brigar com
ele.Faustino surgiu, separou a briga e logo ouve o toque de recolher.
A festa terminará. D.
Ermelinda estava abatida como esposa, devido a Besita(por Luís Galvão nunca ter
lhe contado) e como mãe, pela aproximação de Linda com Miguel. Luís ouve alguém
gritando “fogo”, olha pela janela, vê o incêndio, avisa D.Ermelinda(que se
assusta) e vai em direção ao canavial, gritando e esperando que logo os
escravos estivessem junto dele.
O caseiro acordou
sonolento, não conseguindo achar as chaves da senzala(monjolo roubou-as, justamente
para Luís ficar sozinho perto das chamas).Atrás do fazendeiro ia apenas
Faustino e Monjolo, já que queriam assistir ao assassinato.
Assim que Afonso
acordou, foi correndo em direção ao pai.D. Ermelinda desmaiou de susto quando
viu um vulto batendo em Luís Galvão, que caiu como morto( nesse momento ela
estava na varanda do casarão, junto com Linda).
O tal vulto era
Gonçalo.O plano era levar Luís Galvão a Barroso, que o esperava perto dali.Jão
surge, joga Gonçalo nas chamas e salva Luís Galvão, deixando claro ao
fazendeiro que só o salvou porque ele mesmo iria matá-lo um dia(ainda sentia
raiva do que ele fez com Besita).Outro motivo, que ele deixou inculto, era que
Berta podia achar que ele teria matado o fazendeiro(já que ela sabia que ele
havia sido contratado para isso), o que ia fazer com que ela perdesse a
confiança nele.
Um pouco antes disso
Jão já tinha matado monjolo e Faustino.O capanga sabia de todo o plano porque
de manhã o ouvira, quando foi quitar sua dívida com Barroso.Agora ia de
encontro com Barroso, para matá-lo.Miguel surgiu e tentou interrompê-lo, sem
resultado.Berta apareceu e gritou, fazendo Jão desistir e correr pela mata.
Três dias depois da
festa, Berta descobriu que Jão havia sido preso.Foi para as ruínas e Zana
estava muito agitada, devido a presença de Ribeiro, que Berta não percebeu,
pois se preocupava com Miguel e Linda, já que D. Ermelinda não “desgrudava”
mais de sua filha depois de ter visto a aproximação dela com Miguel.Berta
chegou a pensar que finalmente poderia amar Miguel, mas logo se culpou de seu “egoísmo”
que atrapalharia a felicidade de Linda. Outra preocupação era Jão.Mesmo depois
de seus “cruéis” assassinatos na noite de São João, Berta ainda sentia
compaixão por ele.
Ribeiro, atrás da
mata, percebeu que Berta era filha de Besita(seus traços eram parecidos) e
queria matar ela e Zana, a qual estava desesperada com a sua presença e queria
proteger Berta a todo custo.
Jão pensava que
Berta não queria mais o ver devido aos assassinatos. Conforme combinado ele foi
para a fazenda de Aguiar,onde Filipino e seus homens o esperavam.
Chegando,deixou
claro que gostaria que ninguém relasse nele.Aguiar concordou e avisou que na
manha seguinte eles iriam para Campinas. Contudo, a noite Filipino e seus homens
foram tentar amarrá-lo. Jão bateu neles e foi embora,uma vez que o trato havia
sido rompido. Na mesma noite Jão teve palpitações que algo ruim aconteceria com
Berta.De dia foi procurá-la e achou-a nas ruínas,quando Ribeiro estava prestes
a matá-la e matar Zana.
Jão estremeceu com o
perigo que Berta corria e matou Ribeiro a facadas. Zana riu alto e Berta não
percebeu o acontecido.Brás, que não gostava de Jão, guiou Berta que viu Jão em
cima do cadáver de Ribeiro e saiu correndo.Jão foi atrás e implorou seu
perdão,lágrimas caiam de seu rosto(afinal o capanga o matou para a proteção de
Berta).
Luís percebeu a chateação
de D. Ermelinda.Ele sabia que Berta era sua filha e não sentia tristeza em vê-la.
Dias atrás, antes de partir para Campinas e com medo de ser assassinado, o
fazendeiro fez um testamento afirmando que Berta era sua filha(esse é o
documento que ele esqueceu).Luís queria contar a verdade, mas tinha medo da
reação da esposa.
A família ia viajar
e Linda ficou muito triste.Quando viu Miguel foi correndo contar da viagem.Sua mãe
chegou e disse para se despedirem.Os dois se abraçaram e partiram chorando.
Era outro dia,estava tendo em Piracicaba uma festa
chamada Congada,na qual os negros se vestiam.Na festa estava a família Galvão,Nhá
Tudinha,Berta,Miguel e Jão Fera,que estava preso em uma gaiola externa.Berta e
Miguel estavam constrangidos e não conversavam.A menina avistou Jão, o qual se entregou
depois da morte de Ribeiro (pois achava que Berta jamais iria perdoá-lo).
Logo Afonso foi
paquerar Berta e Luis ficava observando-os, relembrando de seus tempos com
Besita.Um “caipó” chegou ao casal jovem,disse a Afonso “ Teu pai matou a mãe
dela [...]”,levou o menino a Luís e pediu a ele que tivesse cuidado com o filho.Nem Berta nem Afonso entenderam o
porque daquele caipó dizer aquilo.
Jão fugiu da prisão e a festa terminou.A família Galvão voltava
para Santa Bárbara quando Zana apareceu
e pediu para Afonso não fazer “mal” a Berta senão seu marido a mataria(estava
delirando, confundindo Berta com
Besita).
Luis não agüentou mais
esconder o segredo, pediu que Afonso e Linda seguissem para casa, levou D.
Ermelinda as ruínas e contou-lhe toda a história.
A esposa, na manhã
seguinte, depois de se recuperar, disse a Luís que ele tinha que assumir Berta
como filha.Ela também pediu a Nhá Tudinha que contasse a história a Berta.
Nhá Tudinha contou
parte da história, escondendo e mudando alguns fatos.A esperta menina percebeu
as mentiras e foi perguntar a Zana a real história, nas ruínas.
Jão estava
escondido, esperando-a.Se Berta ainda achasse que ele era um monstro, ele
voltaria à prisão.Berta o avistou e perguntou a história verdadeira de sua mãe.Antes
de contar Jão fez a promessa de que não iria matar mais ninguém, e novamente
beijou o santinho no cordão de Berta.
Jão contou.Ela,
chorando, disse que seu verdadeiro pai era ele(Jão) e que compreendia toda a
sua raiva.A menina não aceitou ser reconhecida por Luís e pediu que em seu
lugar Miguel fosse reconhecido.O fazendeiro não pode recusar seu pedido.
Então Miguel ia para
São Paulo estudar.Foi despedir-se de Berta, que se encontrava em frente da casa de Nhá Tudinha, junto com
Brás, Zana e Jão Fera. Miguel disse que
a amava e queria que ela fosse para São Paulo também.Berta, apesar de amar
Miguel, não aceitou.Se despediram e Miguel partiu.
Berta ficou pois
havia almas feridas(Jão, Brás e Zana) que precisavam dela.Berta, antes de tudo,
era uma pessoa extremamente bondosa, uma alma sóror(tratamento dado a feiras).
Texto de Graziella Toffolo Luiz
FONTE
- Til (1872), José de Alencar
- http://www.abcdamedicina.com.br/til-de-jose-de-alencar-resumo-caracteristicas-da-obra-personagens.html acessado em julho/2012
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